quinta-feira, setembro 08, 2005
PASSANDO PELO TEMPO
Digo que aquilo que existe em mim
eu mesmo quero que a alma abrace
em todos esses passos que segui
mostram a minha verdadeira face
já que quando saio para dentro
encontro expressão da franqueza
estou aqui passeando pelo tempo
me surpreendendo com a natureza
é momento de máscara arrancada
com minha ingenuidade insensata
que vê por uma janela ensolarada
toda esta minha vida de acrobata
meu espírito é mesmo brincalhão
de assumida douta ignorância
prática de sábia despretensão
ânimo infantil de importância
meu conselheiro honesto é riso
pois lembra o que é mesmo a vida
novidade admirável é tudo isso
para que seja existência divertida
sou curioso mesmo que intimidado
são as buscas o que me seduzem
na disposição para o aprendizado
redescobrir e vivenciar a nuvem
sendo assim sou um romântico
admirado por todo conhecimento
sonhador falo daquele cântico
afeiçoado àquele acontecimento
até mesmo quando falo comigo
eu sei que não estou sozinho
pois este processo traz consigo
tudo o que cruza meu caminho
sobrevivendo percalços soube
que é preciso manter a fé
e não há atalhos que poupe
caminhar rumo ao reino a pé
pois quando encontrar meu amor
em minha unidade reencontrada
sentindo um sopro libertador
vou viver natureza ensolarada
PREDA-ME
se assim a ti pareço
peço que não temas
caminhar em processo
sincero sou em poemas
toque a minha lira
sinta que não há fuga
se acerta-me a mira
minha lágrima enxuga
preda a minha vida
corte como a Osíris
está sendo oferecida
através de tua íris
me entrego à natureza
à leoa que eu avisto
sucumbo à tua beleza
alma que não resisto
é apelo que não nego
fico mesmo agradecido
porque se não me entrego
ficarei bem mais ferido
morro sim com a saudade
que me oprime o coração
prefiro a tua verdade
que me dá ressurreição