segunda-feira, outubro 10, 2005

Possibilidade

Se acendem luzes artificiais
e então é quando o sol se vai
momento de revisar a peça
este mundo da minha cabeça
que aparece em seus pontos
batendo em peitos tontos
instante justo de querer
e algo para se oferecer
importante para o batimento
continuidade do movimento
na espera do que almeja
entretanto só a noite chega
a seguir o desejo chegou
da felicidade que viajou
e sem deixar um endereço
e é isso o que eu mereço?
quem sabe em uma outra hora
ela voltará como outrora
ou teria um outro vestido
que faça melhor sentido
aterrisando na minha vida
deserta desde a partida
e o aeroporto desta alma
saia desta rota tão calma
dum vazio tédio do corpo
enquanto bebo em meu copo
nenhuma bebida de sempre
pelo calor que é ausente
que provoca amargo gosto
e contrasta com meu rosto
visto num espelho pálido
pois aguarda beijo cálido
mas tudo tem um fim
num enredo bom ou ruim
do que será ou virá
e minha voz se ouvirá
como encontro inevitável
dizendo num som amigável
pra quem me olha sorrindo
neste universo infindo
que mergulho na saudade
de viver a possibilidade.